terça-feira, 21 de agosto de 2012

Trólebus de Santos ganham novo visual

Depois de um mês e meio de reforma paisagística na Rua Amador Bueno, em Santos no litoral de São Paulo voltam a circular os trólebus da Linha 20 além do mais com uma novidade. Dos seis trólebus fabricados em 1988 pela Mafersa, dois passaram por repaginação visual nos quais pelo novo layout contém os cartões postais dos principais pontos turísticos em Santos como o Paço Municipal, Bolsa do Café, Castelinho onde abriga a Câmara Municipal, Outeiro de Santa Catarina entre outros.

 

Trólebus reformulado com novo visual mostrando pontos turísticos de Santos.


Trólebus de Santos agora por outro ângulo.

A iniciativa desse trabalho partiu da CET-Santos em parceria com a Viação Piracicabana, permissionária do transporte público em Santos. A Linha 20 foi inaugurada em 26 de janeiro de 1988 ligando a Praça Mauá, no Centro até a Praça da Independência, no Gonzaga. Essa linha para o polo turístico é muito importante devido a mesma ligar a rede hoteleira do Gonzaga com a orla da praia para o centro histórico no qual conta com a linha turística de bonde.
O Blog Conscientização parabeniza tanto a CET-Santos e a Viação Piracicabana pelo trabalho feito em prol de nossos trólebus que são patrimônio turístico, cultural e fazem parte da história da nossa cidade e que continue assim.

 

sábado, 18 de agosto de 2012

Santos a São Paulo: 50 minutos de trem, pode se tornar uma realidade


Futura ligação de trens regionais partindo da Estação da Luz para
Santos, apenas um projeto pode se tornar realidade.

Uma nova opção de transporte coletivo para a ligação entre duas regiões metropolitanas. É com este propósito que a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) realiza uma série de estudos preliminares sobre a possibilidade de criação de uma linha ferroviária para levar passageiros de Santos a São Paulo (e vice-versa) em 50 minutos.
A intenção com a medida, caso se concretize, é criar mais uma alternativa para os usuários do Sistema Anchieta – Imigrantes (SAI). “Significa aumentaras possibilidades para o cidadão que realiza a viagem entre as cidades”, diz Luciano da Luz, gerente de planejamento de transporte da CPTM.
Ele reforça que o estudo ainda está em fase “muito preliminar” e que deve ser concluído até a metade de 2013. “Depois, realizaremos levantamentos de demanda, de viabilidades, projeto básico e executivo para, aí, tirarmos uma conclusão sobre a ligação, se é viável e factível”.
As análises para atingir um denominador comum são as mais diversas. Entre as discussões, estão em avaliação, por exemplo, o aproveitamento da faixa ferroviária existente no trecho de Serra ou a implantação de um novo traçado. “Não é porque está lá que a linha serve. Atualmente, elas comportam trens antigos e talvez não tenham compatibilidade comas unidades que queremos instalar”, pondera Luz.
De acordo com o projeto, os trens são modernos e confortáveis. Fariam a viagem em até 50 minutos e chegariam a uma velocidade máxima de 160 quilômetros por hora.
Cada equipamento comportaria 200 passageiros sentados e a estimativa é que 20 mil pessoas utilizem esta ligação, diariamente, com saídas a cada15 minutos em horários de pico.
Para se chegar a uma conclusão sobre a viabilidade ainda serão considerados tempo, conforto, serviços prestados e desempenho do equipamento. E, para contribuir na coleta destas informações, está em andamento um levantamento de dados de outras ligações férreas similares no mundo.
Luz destaca, ainda, que o processo também precisará respeitar todas as legislações ambientais. “Há uma série de procedimentos envolvendo esta questão que devem ser seguidos”.


Favorável

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) deu um parecer positivo em relação a uma possível ligação férrea entre Santos e São Paulo, durante sua passagem pela Cidade, na última segunda - feira.
“Sou entusiasta do transporte sobre trilhos, tanto que estamos fazendo o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Nós queremos a instalação dos trens regionais e temos os projetos São Paulo/Jundiaí/Campinas, São Paulo/Sorocaba e São Paulo/Santos. Claro que isso nãotem o mesmo cronograma do VLT, pois é um projeto de maturação um pouco maior. Mas a região precisa de uma ligação ferroviária para passageiros”.
Vale lembrar que essa matéria já foi divulgada no começo do ano passado em veículo de comunicações locais e nas redes sociais. Vamos torcer para que seja realidade. Santos e região merecem um transporte com qualidade e dignidade.



Fonte: Jornal A Tribuna 16/08/2012

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 5ª parte

O futuro e novos projetos


O futuro do sistema trólebus no Brasil por enquanto não existem grandes projetos em massa que possam revolucionar uma mudança radical, mas em poucas cidades do Brasil nos quais ainda existe o sistema de trólebus em operação já começam a dar sinais de recuperação e uma leve expansão e renovação. Atualmente existem três sistemas em operação: Santos, São Paulo (municipal) e São Paulo (intermunicipal).
Em São Paulo o sistema gerenciado pela SPTrans, os resultados já começaram a aparecer com a renovação de quase toda a frota total. Dos atuais 140 foram renovadas 78 unidades vindas este ano e mais 12 desde 2008. No começo desse ano a Façon passou a ser a empresa que cuida da manutenção da rede aérea de trólebus na qual venceu em licitação de concorrência pública na modalidade de menor preço e alguns resultados na manutenção já começaram a aparecer como na Avenida Mateo Bei na Zona Leste de São Paulo.

Novo trólebus de São Paulo
No sistema intermunicipal gerenciado pela EMTU depois de 24 anos de espera o corredor ABD no trecho correspondente entre o Terminal Piraporinha em Diadema até o Jabaquara, em São Paulo começou a ser operada por trólebus, 100% do corredor já foi eletrificado e não para por aí, algumas unidades foram adquiridas pela Metra empresa na qual opera o trólebus e até o presente momento foram 3 unidades de ônibus articulados de 18 metros de comprimento convertidas para eletricidade que no passado já aconteceram o oposto dando destaque ao Rio de Janeiro em 1971 nos quais 200 trólebus foram convertidos a ônibus diesel e em Santos apenas uma unidade, em 1972. Existe até projeto a longo prazo de eletrificação do corredor de Diadema a Brooklin, em São Paulo integrando os moradores da Zona Leste paulistana e do grande ABCD até a Linha 9 da CPTM.
Trólebus intermunicipal da Metra em São Bernardo do Campo-SP

Em Santos, no litoral de São Paulo ainda não existem perspectivas de renovação e expansão no sistema de trólebus santista, mas para agosto depois das obras de reurbanização da Rua Amador Bueno, no Centro de Santos, o trólebus vai estrear com uma nova pintura, semelhante a da frota diesel.
Especialistas em mobilidade urbana sugerem uma possibilidade de novos projetos para os trólebus em Santos, aproveitando a chegada do VLT com (com previsão de publicação do Edital em setembro de 2012) e entrega para operação comercial em 2014, ai sim poderiam dar enfoque para novos projetos em sua expansão. No sistema municipal com a permanência da Linha 20, a única operada nessa modalidade poderia analisar uma possível ampliação do sistema ligando o Centro até a Ponta da Praia utilizando a linha existente da Avenida Ana Costa e na volta ao Centro utilizar a avenida da praia até alcançar a Ana Costa no Gonzaga. Uma outra sugestão é remodelar o itinerário da Linha 53 atualmente operada em micro-ônibus passando da Avenida Washington Luiz (canal 3) para a Ana Costa até o Orquidário de Santos, assim recuperando a demanda de passageiros e até nos finais de semanas e feriados como poderia ser utilizada para linha turística.
No projeto SIM (Sistema Integrado Metropolitano) não foram cogitadas projetos para implantação de linhas troncais de VLT nas Avenidas Nossa Senhora de Fátima, no lado de Santos situado na Zona Noroeste e na Antônio Emmerick no lado de São Vicente para transporte de média e grande capacidade. A Zona Noroeste de Santos e alguns bairros de São Vicente como a região do Joquey Club, Trancredo Neves, Cidade Náutica são bairros com grande demanda populacional. Nessas regiões seriam viáveis uma discussão entre especialistas no assunto de mobilidade urbana a debaterem com a EMTU e convocando a população através de audiências públicas, já que nessas avenidas e bairros citados nesse parágrafo a fazerem projetos e estudos técnicos de impactos para implantar um corredor de trólebus em avenidas troncais para atender a demanda dessa região.
Só que no lado de Santos para se tornar realidade, antes teria que arrumar a atual entrada da cidade com a implantação de novos viadutos eliminando semáforos, eliminação total do tráfego pesado de caminhões que atendem transportadoras nessa região criando rotas alternativas e combater as enchentes causadas pelas chuvas através do projeto de macro drenagem envolvendo o “Santos Novos Tempos”. A população reivindica há muitos anos por reformas no sistema viário da entrada de Santos e já existem projetos para isso.
Se no parágrafo acima for resolvido em longo prazo já teria viabilidade de implantar um corredor de trólebus, tanto no sistema municipal quanto ao intermunicipal ligando o Terminal Valongo a Estação Centro de São Vicente do VLT atendendo as avenidas Nossa Senhora de Fátima, Antonio Emmerick e um pequeno trecho da linha amarela, em São Vicente fazendo pequena sobreposição ao ramal do VLT e também uma linha intermunicipal ligando a Cidade Náutica utilizando as Avenidas Manoel de Abreu, Augusto Severo e Capitão Luíz Horneaux, mas conhecidas como Estradão até o Terminal Valongo. No sistema municipal a criação de uma linha ligando o Jardim Rádio Clube ao Terminal Valongo passando pelas Avenidas Jovino de Melo e Nossa Senhora de Fátima. Nas imagens abaixo vejam como ficaria um possível corredor de trólebus nessas regiões:


Sistema intermunicipal-EMTU


Trajeto de como seria o sistema intermunicipal de Santos a São Vicente atendendo o
Centro de Santos, Zona Noroeste pela Avenida Nossa Senhora de Fátima e Centro de
São Vicente pela Avenida Antonio  Emmerick

Outro trajeto também ligando o Terminal Valongo aos bairros de grande demanda
populacional de São Vicente como Cidade Náutica, Tancredo Neves e Joquey Club.


Sistema municipal-CET Santos



Trajeto de como seria o sistema municipal de Santos atendendo o Jardim Radio Clube até
o Terminal Valongo utilizando o eixo Jovino de Melo e Nossa Senhora de Fátima


Outro trajeto  atendendo a Zona Noroeste de Santos ao Centro utilizando o principal
corredor da Nossa Senhora de Fátima


 Essas são as sugestões que o Blog Conscientização lança no ar, assim podendo debater melhores soluções logísticas e viáveis para um melhor transporte com eficiência e qualidade no atendimento e serviço prestado.




quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 4ª parte

A importância desses veículos


A importância desses veículos para Santos são muito grandes quanto cultural histórica e ambiental. O trólebus faz parte da identidade cultural e histórica de Santos porque muitas gerações andaram nestes veículos que trouxeram e ainda traz muitos benefícios à população como limpeza, conforto e também qualidade de vida no meio ambiente e ajudou muito a contribuir com o crescimento econômico da cidade. Santos é a única cidade brasileira que conta com trólebus e bondes. Rio de Janeiro somente o bonde. São Paulo somente o trólebus.


Trólebus e bondes lado a lado

Em outras cidades do mundo o veículo trólebus conta com muitas tecnologias como sistema de marcha autônoma que o trólebus se movimenta sem energia elétrica através de uma bateria reserva o suficiente para sair da via e estacionar em um local que não atrapalhe o trânsito e até em outras o condutor não precisa descer do veículo para repor ou recolher as alavancas, da cabine do veículo pode fazer o procedimento e até ativar o motor a diesel.
Devido às condições climáticas causadas pelo aquecimento global, o trólebus representa uma alternativa ecológica para a salvação de nosso planeta e a sua vantagem é não emitir nenhuma partícula de substância nociva e é um veiculo limpo e inovador.
Recentemente a cidade de São Paulo renovou a sua frota de trólebus, dos atuais 140 foram renovados por 90 novos veículos contando com alta tecnologia em componente de tração elétrica. No sistema intermunicipal da grande São Paulo três veículos articulados a diesel foram convertidos para trólebus. Em Santos nenhuma expectativa para a renovação da frota elétrica, mas em 2006 foi cogitada a possibilidade de uma criação da linha turística de trólebus ligando o centro ao bairro do Gonzaga, mas continua em projeto. Na última parte da série falaremos sobre o futuro e sugestões de novos projetos entre os especialistas no assunto em mobilidade urbana.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 3ª parte

Novo declínio e promessa


Em setembro de 1993 vem um novo declínio para o sistema trólebus em Santos. As linhas 5, 8, 40 e 53 passam operar em ônibus a diesel devido ao possível sucateamento e falta de manutenção nos trólebus. Em 1996 foi a vez da linha 4 a deixar de ser operada em trólebus, restando somente a Linha 20. Neste mesmo ano a Prefeitura de Santos realizou um leilão na qual foram leiloados veículos e rede aérea e depois foi arrematado por um ferro velho de São Vicente, no litoral de São Paulo.


Trólebus desativados na garagem da antiga CSTC no Jabaquara, em Santos. Atualmente é a base 2 da
Viação Piracicabana. Foto: Trólebus Brasileiro.

Em 1998 com a chegada da Viação Piracicabana na gestão do ex-prefeito e candidato a prefeito de Santos Beto Mansur (1997-2004) ficou editado em contrato uma possível expansão do sistema de trólebus com a aquisição de 15 unidades para as Linhas 4 e 20. Até hoje nunca foi cumprido esse contrato. Só foi adquirido 7 trólebus remanescente da CSTC. Na época ao invés de cumprir com 15 trólebus, foram colocados 15 ônibus a diesel com piso baixo central da série ouro com comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. Em 2003 foi baixado um trólebus do prefixo 5301, o antigo 600 da CSTC e nenhum foi reposto em seu lugar.
Atualmente circulam 6 trólebus adquiridos no final dos anos 1980. Por enquanto nada no processo de renovação. Conforme a Lei do Acesso Livre a Informação o Conscientização teve acesso a algumas cláusulas do contrato da CET-Santos com a Viação Piracicabana na qual a obrigatoriedade da operação no sistema de trólebus ainda existe até o final de sua vigência, possivelmente em 2013. Conforme notícia veiculada no jornal A Tribuna o contrato da Viação Piracicabana com o sistema municipal se encerra em março de 2014.


Trólebus 5305 da Viação Piracicabana que pertenceu a CSTC.


Em 2006 o historiador Waldir Rueda entra com um processo na Promotoria Pública do Meio Ambiente pedindo o tombamento do complexo trólebus, mas o Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos) arquivou o caso, mas três anos mais tarde ocorreu um incêndio em um trólebus na Avenida Ana Costa, depois desse fato a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente pediu o desarquivamento do processo e instaurou um inquérito civil sobre a possibilidade do tombamento do "complexo trólebus”. 
          Em relação aos exemplares do trólebus Fiat da década de 1960 existe apenas dois: um está em Conchal Paulista, no interior de São Paulo, e o outro está em precário estado de conservação nas dependências da garagem da CET na Vila Mathias. Na próxima parte falaremos na série sobre a importância desses veículos para a história de Santos.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 2ª parte

Declínio e reestruturação

Muitas cidades que teve seu sistema trólebus inaugurado estavam sendo extintos dando lugar a ônibus a diesel e possivelmente trólebus sendo convertido a diesel, como no Rio de Janeiro (1962-1971). Santos também teve uma unidade de trólebus convertida a diesel em 1972, só ficou apenas em protótipo. Em 1976 foi extinto o SMTC e em 15 de outubro de 1976 através do decreto municipal nº 4013, nasce a CSTC (Companhia Santista de Transporte Coletivo) empresa pública de economia mista.


Antigo trólebus convertido em ônibus a diesel, na Ponta da Praia, em
Santos. Foto: Paulo Modé.


Trólebus com a primeira pintura da antiga CSTC, em 1981.
Foto: Desconhecida

Em 1979, nasce uma luz no fim do túnel para as cidades que conseguiram manter seus trólebus como Santos, São Paulo, Araraquara-SP e Recife-PE. O Ministério do Transporte na gestão do último presidente nomeado pelo regime militar João Batista de Oliveira Figueiredo cria a EBTU (Empresa Brasileira de Transporte Urbano) na qual esse programa teve sua finalidade de revitalizar o sistema de transporte nas grandes cidades do Brasil e incluindo o sistema trólebus como reformas em veículos antigo dos anos 1950 e 1960 e aquisição de novas unidades e novas cidades ganharam o sistema trólebus como Ribeirão Preto (1982), Rio Claro (1986) e o sistema intermunicipal da Grande São Paulo (1988) atualmente operado pela Metra e gerenciado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano).
Em Santos chega o primeiro trólebus de fabricação nacional no final de 1979 e entrou em operação comercial em 26 de janeiro de 1980 nos festejos do aniversário de Santos, na gestão do último prefeito nomeado pelo regime militar Paulo Gomes Barbosa. Nesse mesmo ano dos 50 veículos Fiat de 1963 foram baixados 25 exemplares e os restantes foram submetidos à reforma e entregues aos poucos a partir de 1981. O prefixo do trólebus Fiat era da série 500 com sequencias de par em par, exemplo: 502, 504, 506, etc e depois da revitalização pela EBTU foram re-prefixados para série 600 com múltiplos de 5 em 5, exemplo: 600, 605, 610, etc.


Primeiro trólebus de fabricação nacional adquirido pela extinta CSTC com
layout da EBTU com o prefixo 600. Foto: Paulo Modé

Trólebus 502 da antiga SMTC antes da inauguração da CSTC antes da
reforma da EBTU. Anos mais tarde passaria por reforma e na foto abaixo
foi reprefixado para 605. Foto: Barry Blumstain

Primeiro trólebus Fiat já reformado com a pintura padrão EBTU com o
prefixo 605, antes era o 502 na foto acima. Foto: Paulo Modé 

Em 1983 foram adquiridos mais sete trólebus de fabricação nacional da fabricante Marcopolo sobre chassi Scania, tração chopper, carroceria San Remo. Depois disso na gestão do prefeito já eleito pela população desde 1984 Oswaldo Justo foram adquiridos mais 6 unidades de carroceria monobloco Mafersa (Materiais Ferroviários S/A) em 1987 que são os atuais que circulam na única linha existente: a Linha 20 que foi inaugurada em 1988. Nesse período além da aquisição de novas unidades foi feita uma nova reformulação no sistema de trólebus em Santos. Linhas que foram extintas na gestão anterior foram ressurgindo aos poucos como as linhas 40 e 53 que no final dos anos 1970 foram extintas devido às mesmas andarem na contramão da Avenida Floriano Peixoto e em 1985 foram reativadas ganhando nova rede aérea na Rua Euclides da Cunha assim evitando a contramão.


Trólebus de 1983 com chassi Scania, carroceria Marcopolo San Remo.
Foto: Jorge Françozo


Trólebus Mafersa monobloco, ano 1987. Foto: Jorge Françozo.

Depois em 1987 a Linha 4 deixa de trafegar no contra fluxo da Avenida Epitácio Pessoa e passa a trafegar na Avenida Bartolomeu de Gusmão, na orla da praia, assim como aconteceu com as linhas 5 e 8. As Ruas João Pessoa, Silva Jardim tiveram suas mãos de direção alterada em agosto de 1987. Os trólebus que iam para os bairros usavam a Rua João Pessoa e depois da mudança passaram a usar a Rua Amador Bueno e Rua Silva Jardim deixou de ter rede aérea dupla de trólebus. A linha 8 para seguir ao centro teve que ser instalada rede aérea na Rua Campos Melo para alcançar o centro de Santos.
A curiosidade da linha 8 foi várias extensões de itinerários, a começar em novembro de 1967 quando seu ponto final foi estendido da esquina das Ruas Alfaia Rodrigues com a Oswaldo Cochrane para a Rua Conselheiro Lafaiete. Em novembro de 1985 houve novamente a segunda extensão para a Praça Coração de Maria, na Ponta da Praia e finalmente em 1987 para o Ferry-Boat como até hoje, mas operada em micro-ônibus a diesel. Na próxima parte falaremos na série sobre novo declínio de promessa.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 1ª parte

A história


A partir de hoje o Blog Conscientização fará uma série de matérias falando sobre o retrato da atual situação e história do sistema trólebus da cidade de Santos, no litoral de São Paulo. Inaugurado em uma segunda-feira no dia 12 de agosto de 1963, às 10 horas da manhã a primeira linha de trólebus, a Linha 5 que ligava o Centro de Santos ao Macuco, a uma passagem de Cr$ 40,00 naquela época. Ônibus elétrico, confortável, moderno e sem nenhum ruído, o trólebus chegou como novidade na tecnologia daquela época e também para contribuir com o meio ambiente na qual não emite nenhuma partícula nociva para a saúde humana. Esses veículos eram bem aguardados pela população.


Chegada dos 5 primeiros trólebus sendo descarregados no armazém 15
do Porto de Santos pelo guindaste Sansão. Foto: Novo Milênio


Rua Martim Afonso em frente ao Centro Português lotada no dia da
solenidade de inauguração do trólebus. Foto: Waldir Rueda.


Foram importadas 50 unidades da marca Fiat Alfa Romeo, com tração eletrônica Cames Marelli com carroceria Pistoiese, modelos idênticos ao sistema de Salvador (1959) e Rio de Janeiro (1962). Antes desse dia voltando para 1955 foi aberta uma licitação pública pelo SMTC (Serviço Municipal de Transporte Coletivo) para a aquisição de 50 trólebus e mais 5 subestações retificadoras para fornecimento de energia elétrica para alimentar a rede de trólebus. As unidade importadas chegou ao Porto de Santos em 6 de junho de 1963 vindo de cinco em cinco unidades e os mesmos ficaram retidos na alfândega devido ao desembaraço aduaneiro até a sua inauguração na data citada no começo do texto.
Anos mais tarde o sistema trólebus foi ganhando espaço nas ruas de Santos com inauguração de novas linhas e a partir de 1966 os tradicionais bondes foram perdendo espaço para os trólebus que chegaram naquela época com força total. Em 1967 com a reformulação da Avenida Conselheiro Nébias, foi deixando de existir os bondes e dando lugar aos trólebus nos quais naquele ano foram inauguradas 4 linhas: 4, 40, 44 e 45. Era a avenida que mais tinha linha de trólebus naquele período. Logo depois começaram a reforçar o transporte municipal os ônibus a diesel e parou de expandir o trólebus.
O fim dos bondes aconteceu em 28 de fevereiro de 1971 com a extinção da Linha 42 e logo após em 1973 os bondes foram destruídos a marretadas. Nada poderia se opor a destruição desses bondes devido ao período de censuras por causa da ditadura militar, tempos de repressão e medo. Na próxima parte falaremos na série sobre o declínio de reestruturação.

domingo, 12 de agosto de 2012

Conheçam as propostas dos candidatos a Prefeitura de Santos no setor de transportes

             Hoje o Conscientização vai divulgar propostas dos candidatos a prefeito de Santos sobre o setor de transporte. Essa pesquisa foi feita em matéria divulgada no Portal A Tribuna de 11 de agosto de 2012. Confiram suas propostas:






Como melhorar o trânsito em Santos?
Não dá para falar só dos ônibus. Embora eu precise dizer que nossa frota é uma das mais novas do País, com 1 ano e meio de uso, e ela está praticamente toda adaptada para os deficientes.

E o VLT?
A chegada dele fará com que a gente tenha um reestudo do sistema de transporte coletivo, que passa pela revisão de linhas dos ônibus, implantação de cartão magnético que permita a integração entre linhas e de ônibus com VLT sem pagar outra passagem. Vou trabalhar para que tenhamos um reforço do atendimento de ônibus em determinados horários e locais, como saídas de escolas e fim de jornadas no Porto de Santos. No Centro, temos que criar rotas exclusivas para pedestres.









Como resolver o trânsito?
Nossa área insular tem 30 km². E, aqui, estão emplacados 280 mil veículos. Só tem um caminho para resolver. Retirar os veículos das ruas. E só se faz isso com um transporte coletivo de qualidade. O que temos hoje não faz ninguém deixar o carro em casa.

Como mudar isso?
O VLT trará qualidade ao transporte público, com hora marcada para o embarque, ar-condicionado e um novo conceito. Além disso, a sinalização semafórica será toda trocada no trecho do VLT com os semáforos inteligentes. Precisamos desobstruir as principais vias de Santos e aumentar o espaço para os veículos trafegarem.

De que forma?
Em alguns locais não poderemos permitir mais estacionamento de veículos. Vamos defender a construção de garagens subterrâneas em Santos. Se os grandes prédios fazem isso, por que não podemos aproveitar essa técnica? Grandes capitais fazem isso. São Paulo, por exemplo, adota esse expediente.

Essas garagens teriam dinheiro público?
Não teria um centavo de dinheiro público. Nosso objetivo é firmar as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e garantir estacionamento nas vias.

Algum local definido?
Onde há demanda. Nas vias arteriais e no Centro.

Você criticou os ônibus. O que mudará?
Teremos fiscalização rigorosa. Com o VLT, devem ser retirados 100 ônibus de circulação, mas é preciso melhorar a qualidade. Incentivaremos o uso dos cartões por parte do usuário e fiscalizaremos. A população reclama do tempo de espera no ponto.








Como melhorar o transporte em Santos?
A falência da mobilidade urbana está diretamente ligada à falência da política pública. É preciso colocar a demanda perto da casa da pessoa. Também podemos aproveitar nossos rios. O que impede o pessoal da Zona Noroeste sair de casa e chegar ao Centro via modal aquaviário? Nada.

E os ônibus?
Nós não temos um bilhete único até hoje. A maior novidade no setor é o que fiz há 20 anos: a integração de linhas no Terminal Rodoviário do Valongo, onde o passageiro desce e pega outro ônibus sem pagar. A gente precisa de um bilhete único.

Pensa em reduzir os preços?
Reduzir eu não sei, mas adequá-lo à nossa realidade, com certeza.

Algo para ser modificado nas ciclovias?
Não podemos ter pistas como a da Avenida Ana Costa, que não tem ligação. É preciso ter lógica. Tem um projeto no Rio de Janeiro que me agrada bastante. Você confere em um aplicativo de celular quantas bicicletas estão disponíveis em um bicicletário público, reserva uma e a retira. De graça. Quero fazer isso em Santos.

E os túneis?
Penso que a ligação entre Santos e Guarujá precisa ter caminhão de carga circulando nela. Não pode deixar somente para veículos leves. Isso influencia no porto, na Rodovia dos Imigrantes, em tudo.

Outros candidatos estão falando bastante no túnel entre Zona Leste e Zona Noroeste. Você apoia isso?
Estou convencida da necessidade dele. Hoje, não tem saída. Está tudo preso em um pedaço da Ilha de São Vicente. Senão, de nada adianta ter um apartamento caríssimo se você nem consegue sair de casa por conta do trânsito.







Como desengarrafar Santos?
Você nunca vai convencer um santista de que ele não deve comprar um carro. Mas podemos melhorar a estrutura de avenidas e ruas, além de mudar o sistema semafórico. Quero fazer isso na cidade inteira, informatizar o sistema e, assim, melhorar o fluxo de veículos.

Rodízio de carros é cogitado?
Eu acho que, antes do rodízio, nós precisamos testar outras modalidades. Podemos colocar ônibus menores nas ruas e ampliar os seletivos, atingindo o público que tem carro. Antes de rodízio, quero ver os semáforos inteligentes funcionando.

Você defende o túnel?
Sim. Se sentarmos com São Vicente e elaborarmos um projeto conjunto que ligue a Avenida Penedo e a Zona Noroeste de Santos com a Zona Leste, dá para fazer. Os congestionamentos são uma constante por aqui. Por isso, precisamos buscar recursos do Estado e da União. Com R$ 150 milhões dá para fazer.





Com tornar Santos uma cidade menos congestionada?
Você tem de ter hoje um sistema integrado troncal com linhas alimentadoras. Hoje, na praia de Santos, temos mais de 25 linhas sobrepostas. Se você está na R. Alexandre Martins, esquina com a praia, e quer ir para o Canal 2, fica parado até seu ônibus aparecer. Com uma canetada e uma boa conversa com a empresa concessionária, mudaremos o conceito.

O que mudaria?
Você pega um ônibus até o Canal 2, desce lá e pega outro para seguir seu destino.

Isso resolve?
O grande desafio não é o serviço em si, mas sim convencer o santista a deixar o carro em casa.

E as bicicletas?
É uma vergonha que os estacionamentos de Santos não recebam bicicletas.

Daria para obrigá-los a isso?
Já chamamos os donos para conversas com o prefeito e eles não foram. O jeito é obrigá-los a isso e reconhecer a bicicleta como modal, não uma simples alternativa.

Você chegou a falar em rodízio de carros no passado. Defende isso ainda?
Quando eu falei isso, em 2007, era para provocar a sociedade. Aí, criaram os corredores de ônibus nas principais avenidas. Importante, mas não são suficiente para resolver problemas. O rodízio é necessário quando temos o caos de verdade, como em São Paulo. Precisamos apostar primeiro no transporte coletivo. O sistema de linhas circulares tem que acabar em janeiro de 2013, ele imita as linhas dos bondes.







O que pode ser melhorado na mobilidade urbana?
Os ônibus hoje são uma carroça e os trajetos, bem, eu posso chamá-los de desumanos. A pessoa que sai do Morro do Marapé e quer trabalhar no José Menino ou fica passeando ou desce na Rua Carlos Gomes para ir a pé até a praia.

Por que não colocamos um bilhete que vale por 1h? Por que os ônibus de Santos não têm ar-condicionado? Dá para fazer isso?
Claro. Não é demagogia. Andar nesse ônibus em verão é como sentar em uma chapa quente. E, quando lota, vira um alto-forno. O transporte urbano precisa de uma reengenharia. É colocar bicicletas no Centro para a pessoa se locomover e sem cobrar nada por isso.

Aposta no VLT como uma solução?
Ele integrará a Baixada Santista. Ampliará o mercado consumidor. Tem tanta importância quanto a ideia que dei e se apropriaram dela, que é a expansão do porto para outras cidades, o uso de nossas águas.

Como acabar com os engarrafamentos nos horários de pico?
Com inteligência. Hoje, a gente tem a centralização do setor que emprega. O transporte não é integrado. O que nos falta é uma mentalidade de querer ser melhor.








O que dá para mudar em relação aos ônibus?
Eu farei uma auditoria nas planilhas enviadas pela Piracicabana. O que justifica termos uma das tarifas mais caras do País, sendo que somos de um tamanho pequenininho. Por que pagamos R$ 2,90 se São Paulo, que é muito maior, cobra R$ 3,00? A passagem é mais cara em Santos do que em capitais. Vejo como alternativa o uso do transporte aquaviário, por meio dos rios.

Como tirar os carros das ruas ou fazê-los conviver em harmonia, sem engarrafamentos?
Só melhorando o transporte coletivo poderemos mudar a situação atual. Tem que ser de qualidade, barato e com ônibus suficientes para a pessoa deixar o carro parado em casa e não ficar parado 1 hora no ponto de ônibus.






Como tornar os deslocamentos por Santos mais agradáveis?
É um tema muito fácil. Sou funcionário da Secretaria da Fazenda de São Paulo há 27 anos. Hoje, deixo meu carro na garagem e pego quatro ônibus por dia, pois almoço em casa. Eu vou, volto, vou e volto. Sei que nosso ônibus não é 100% limpo. No governo do PSL, vai voltar a função de cobrador no ônibus.

Dá para fazer isso?
Sim. Vamos mexer nisso pois a saída deste profissional causou um problema de mobilidade urbana. O motorista dirige contando dinheiro, quando não se forma uma fila enorme nos pontos de ônibus. Quantos motoristas não estão afastados por conta de licença médica? É estressante. Vamos mexer nisso.

E a passagem?
Pagamos R$ 2,90 para tudo isso de errado acontecer. Precisamos rediscutir a planilha de custos com a empresa concessionária. É necessário ter um transporte que integre a região.





Como você vê o trânsito de Santos hoje?
Santos é uma cidade que não tem tido crescimento nos últimos anos na quantidade de habitantes. Mesmo assim, o trânsito vem ficando complicado. Agora, pegue as projeções e repare no que pode acontecer. Dizem que o número de habitantes pode dobrar nos próximos anos. Imagina se isso ocorrer!

Pelo que você diz, a situação é tensa. Como mudar o cenário?
A solução é transporte de massa. Vamos bater no interesse da Viação Piracicabana, que comanda o transporte público de Santos. R$ 2,90 como preço de passagem é algo caríssimo. O ideal é cobrar pelo trajeto que você anda. Defendo até a tarifa social. O ideal seria o transporte gratuito. Devemos voltar a falar na metropolização de nossas atividades e projetos. O desenvolvimento de hoje, na verdade, é uma grande armadilha.