terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Modelos são exemplos para VLT na região

Dois caminhos, dois destinos: e o que poderá ser o VLT


         Campinas: um desastre desde o inicio.


Tudo deu errado na implantação do VLT no município de Campinas, no interior paulista, ocasionado por interesses políticos, brigas internas entre as autoridades envolvidas no assunto, mau planejamento da obra, assim ficando afastado da região central, sem alterações nos itinerários das linhas de ônibus municipais e ausência de integração físico-tarifária.
Com base em reportagem veiculada pelo Jornal A Tribuna de Santos em 14 de novembro de 2010 deu para constatar o fracasso em que esse empreendimento poderia beneficiar a população na qual acabou de uma forma triste e quem saiu prejudicado foi o cidadão, foi dinheiro jogado fora e nem se quer não foi dadas explicações a população sobre esses gastos e ocasionou em superfaturamento no contrato.
O VLT campineiro funcionou por quase 4 anos, do período de 1991 a 1995. Existem várias estações abandonadas servindo como pontos de usuários de drogas, moradores de rua, acumulo de lixo e em alguns trechos foram arrancados os trilhos e a rede aérea provavelmente furtada devido ao estado de abandono. Muitos moradores que residem próximo a linha do VLT abandonada se queixam de assaltos constantes. Passaram-se 15 anos e nada foi feito para mudar a cara do local.


Segue o cronograma de etapas da implantação do VLT de Campinas:


·         anuncio do VLT em 1989 pelo Prefeito Jacó Bitar, na época filiado ao PT;
·         em 12 de junho de 1990, o Governo do Estado abre a licitação;
·         no dia 14 de junho de 1991 foi inaugurado o VLT no último dia da gestão do Governador Orestes Quércia. A viagem inaugural só foi de ida, mas na volta às autoridades voltaram de carro devido a falhas no fornecimento de energia que alimentavam as composições do VLT;
·         a operação comercial de fato começou em 1993 com projeção para transportar 100 mil passageiros por dia, mas não chegava a 5 mil por dia;
·         as 11 estações projetadas, só faltaram 3 a serem inauguradas;
·         em 1994 o TCE (Tribunal de Contas do Estado) aponta superfaturamento nos serviços;
·         em 1995 o recém-empossado Governador Mário Covas suspende o contrato com a Mendes Júnior e em seguida encerrou a operação do VLT em Campinas.


Estado de abandono no ramal de Campinas.
Fonte: Jornal A Tribuna, Santos-SP

Existem projetos da Prefeitura de Campinas implantar o VLP (Veículo Leve sobre Pneus) com capacidade inicial para 220 mil passageiros por dia. Se não existir implicações no projeto tudo indica crer que as obras comecem em 2012 conforme declarações do Deputado Estadual Gerson Luis Bittencourt do PT.



         Juazeiro do Norte: perspectiva de ampliação


Na Região Metropolitana do Cariri no Sul do Ceará, próximo a divisa com Pernambuco o VLT já opera há 1 ano e meio. Ultrapassa outros conglomerados urbanos em termos de transporte público. Sua instalação começou a ser debatida em 2004.
O VLT cearense parte da cidade Juazeiro do Norte até a cidade de Crato, tem o seu trajeto feito em 40 minutos com extensão total de 13 km e sem atraso de chegadas e partidas.
O VLT é movido a diesel tendo o elevado nível do ruído no motor, talvez o único defeito perceptível no serviço. Em media o VLT cearense transporta 15 mil passageiros por dia. “Um metrô se justifica com uma demanda acima de 100 mil passageiros por dia”, na qual justifica a empresa que gastou R$ 27 milhões no projeto.
Existem projetos para a ampliação do VLT cearense de Cariri para Barbalha. Essa iniciativa custará R$ 47 milhões para se abrirem mais de 15 ou 16 km de ferrovia, mas o antigo ramal de Juazeiro-Barbalha foi desfeito e não há previsão de reconstrução.



VLT da Região Metropolitana do Cariri, no Ceará,
exemplo de sustentabilidade e desenvolvimento
econômico. Fonte: Jornal A Tribuna, Santos-SP


Baixada Santista


No presente momento aguardamos a abertura dos envelopes da licitação do VLT/SIM que será realizado no próximo dia 20 de dezembro no auditório da EMTU em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo, mas o que mais me preocupa é o sistema municipal de Santos permissionado pela Viação Piracicabana e gerenciada pela CET-Santos. Até o presente momento a CET não se manifestou sobre alguma alteração nos itinerários do sistema santista na qual precisa ser revisto com urgência. A última alteração no itinerário das linhas municipais de Santos foi feita em junho de 1992 com a inauguração do Terminal Valongo.
As condições dos ônibus municipais também não são nada boas para atender os padrões do SIM, são coletivos padrão com chassis curtos de 10m. de comprimento com motor dianteiro OF-1418 e bancos semi-estofados e de encosto baixo. Toda a frota municipal é composta por essas características conforme o contrato de exploração dos serviços feito pela CET-Santos. Esperamos que o próximo prefeito que participará da inauguração do VLT aqui na Baixada Santista reveja esse contrato e mude algumas clausulas.

 
Ônibus municipal de Santos modelo padrão com chassi de 10m. de
comprimento e motor dianteiro OF-1418

Ônibus municipal de Santos modelo padrão com chassi de 10m. de
comprimento e motor dianteiro OF-1418, agora perfil por inteiro


O ideal para atender as características do SIM seriam coletivos cujas características sejam para linhas de grande demanda de passageiros tenham coletivos com chassi de 12m. de comprimento, motor OF-1722 ou motor traseiro OH-0 500 com piso baixo e cambio automático e bancos estofados e de encosto alto. Também poderia priorizar no mínimo 10 da frota municipal operada por trólebus que é um ônibus elétrico, confortável, silencioso e emissor ZERO de poluentes.
Isso é um fato preocupante e espero que o VLT em Santos não aconteça o mesmo que aconteceu em Campinas e que seja referência para as regiões metropolitanas do Brasil, seja suas cidades sede a capital de um estado quanto a uma cidade de interior como já acontece na Região Metropolitana do Cariri no Ceará, cuja cidade sede é Juazeiro do Norte.

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