domingo, 12 de agosto de 2012

Conheçam as propostas dos candidatos a Prefeitura de Santos no setor de transportes

             Hoje o Conscientização vai divulgar propostas dos candidatos a prefeito de Santos sobre o setor de transporte. Essa pesquisa foi feita em matéria divulgada no Portal A Tribuna de 11 de agosto de 2012. Confiram suas propostas:






Como melhorar o trânsito em Santos?
Não dá para falar só dos ônibus. Embora eu precise dizer que nossa frota é uma das mais novas do País, com 1 ano e meio de uso, e ela está praticamente toda adaptada para os deficientes.

E o VLT?
A chegada dele fará com que a gente tenha um reestudo do sistema de transporte coletivo, que passa pela revisão de linhas dos ônibus, implantação de cartão magnético que permita a integração entre linhas e de ônibus com VLT sem pagar outra passagem. Vou trabalhar para que tenhamos um reforço do atendimento de ônibus em determinados horários e locais, como saídas de escolas e fim de jornadas no Porto de Santos. No Centro, temos que criar rotas exclusivas para pedestres.









Como resolver o trânsito?
Nossa área insular tem 30 km². E, aqui, estão emplacados 280 mil veículos. Só tem um caminho para resolver. Retirar os veículos das ruas. E só se faz isso com um transporte coletivo de qualidade. O que temos hoje não faz ninguém deixar o carro em casa.

Como mudar isso?
O VLT trará qualidade ao transporte público, com hora marcada para o embarque, ar-condicionado e um novo conceito. Além disso, a sinalização semafórica será toda trocada no trecho do VLT com os semáforos inteligentes. Precisamos desobstruir as principais vias de Santos e aumentar o espaço para os veículos trafegarem.

De que forma?
Em alguns locais não poderemos permitir mais estacionamento de veículos. Vamos defender a construção de garagens subterrâneas em Santos. Se os grandes prédios fazem isso, por que não podemos aproveitar essa técnica? Grandes capitais fazem isso. São Paulo, por exemplo, adota esse expediente.

Essas garagens teriam dinheiro público?
Não teria um centavo de dinheiro público. Nosso objetivo é firmar as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e garantir estacionamento nas vias.

Algum local definido?
Onde há demanda. Nas vias arteriais e no Centro.

Você criticou os ônibus. O que mudará?
Teremos fiscalização rigorosa. Com o VLT, devem ser retirados 100 ônibus de circulação, mas é preciso melhorar a qualidade. Incentivaremos o uso dos cartões por parte do usuário e fiscalizaremos. A população reclama do tempo de espera no ponto.








Como melhorar o transporte em Santos?
A falência da mobilidade urbana está diretamente ligada à falência da política pública. É preciso colocar a demanda perto da casa da pessoa. Também podemos aproveitar nossos rios. O que impede o pessoal da Zona Noroeste sair de casa e chegar ao Centro via modal aquaviário? Nada.

E os ônibus?
Nós não temos um bilhete único até hoje. A maior novidade no setor é o que fiz há 20 anos: a integração de linhas no Terminal Rodoviário do Valongo, onde o passageiro desce e pega outro ônibus sem pagar. A gente precisa de um bilhete único.

Pensa em reduzir os preços?
Reduzir eu não sei, mas adequá-lo à nossa realidade, com certeza.

Algo para ser modificado nas ciclovias?
Não podemos ter pistas como a da Avenida Ana Costa, que não tem ligação. É preciso ter lógica. Tem um projeto no Rio de Janeiro que me agrada bastante. Você confere em um aplicativo de celular quantas bicicletas estão disponíveis em um bicicletário público, reserva uma e a retira. De graça. Quero fazer isso em Santos.

E os túneis?
Penso que a ligação entre Santos e Guarujá precisa ter caminhão de carga circulando nela. Não pode deixar somente para veículos leves. Isso influencia no porto, na Rodovia dos Imigrantes, em tudo.

Outros candidatos estão falando bastante no túnel entre Zona Leste e Zona Noroeste. Você apoia isso?
Estou convencida da necessidade dele. Hoje, não tem saída. Está tudo preso em um pedaço da Ilha de São Vicente. Senão, de nada adianta ter um apartamento caríssimo se você nem consegue sair de casa por conta do trânsito.







Como desengarrafar Santos?
Você nunca vai convencer um santista de que ele não deve comprar um carro. Mas podemos melhorar a estrutura de avenidas e ruas, além de mudar o sistema semafórico. Quero fazer isso na cidade inteira, informatizar o sistema e, assim, melhorar o fluxo de veículos.

Rodízio de carros é cogitado?
Eu acho que, antes do rodízio, nós precisamos testar outras modalidades. Podemos colocar ônibus menores nas ruas e ampliar os seletivos, atingindo o público que tem carro. Antes de rodízio, quero ver os semáforos inteligentes funcionando.

Você defende o túnel?
Sim. Se sentarmos com São Vicente e elaborarmos um projeto conjunto que ligue a Avenida Penedo e a Zona Noroeste de Santos com a Zona Leste, dá para fazer. Os congestionamentos são uma constante por aqui. Por isso, precisamos buscar recursos do Estado e da União. Com R$ 150 milhões dá para fazer.





Com tornar Santos uma cidade menos congestionada?
Você tem de ter hoje um sistema integrado troncal com linhas alimentadoras. Hoje, na praia de Santos, temos mais de 25 linhas sobrepostas. Se você está na R. Alexandre Martins, esquina com a praia, e quer ir para o Canal 2, fica parado até seu ônibus aparecer. Com uma canetada e uma boa conversa com a empresa concessionária, mudaremos o conceito.

O que mudaria?
Você pega um ônibus até o Canal 2, desce lá e pega outro para seguir seu destino.

Isso resolve?
O grande desafio não é o serviço em si, mas sim convencer o santista a deixar o carro em casa.

E as bicicletas?
É uma vergonha que os estacionamentos de Santos não recebam bicicletas.

Daria para obrigá-los a isso?
Já chamamos os donos para conversas com o prefeito e eles não foram. O jeito é obrigá-los a isso e reconhecer a bicicleta como modal, não uma simples alternativa.

Você chegou a falar em rodízio de carros no passado. Defende isso ainda?
Quando eu falei isso, em 2007, era para provocar a sociedade. Aí, criaram os corredores de ônibus nas principais avenidas. Importante, mas não são suficiente para resolver problemas. O rodízio é necessário quando temos o caos de verdade, como em São Paulo. Precisamos apostar primeiro no transporte coletivo. O sistema de linhas circulares tem que acabar em janeiro de 2013, ele imita as linhas dos bondes.







O que pode ser melhorado na mobilidade urbana?
Os ônibus hoje são uma carroça e os trajetos, bem, eu posso chamá-los de desumanos. A pessoa que sai do Morro do Marapé e quer trabalhar no José Menino ou fica passeando ou desce na Rua Carlos Gomes para ir a pé até a praia.

Por que não colocamos um bilhete que vale por 1h? Por que os ônibus de Santos não têm ar-condicionado? Dá para fazer isso?
Claro. Não é demagogia. Andar nesse ônibus em verão é como sentar em uma chapa quente. E, quando lota, vira um alto-forno. O transporte urbano precisa de uma reengenharia. É colocar bicicletas no Centro para a pessoa se locomover e sem cobrar nada por isso.

Aposta no VLT como uma solução?
Ele integrará a Baixada Santista. Ampliará o mercado consumidor. Tem tanta importância quanto a ideia que dei e se apropriaram dela, que é a expansão do porto para outras cidades, o uso de nossas águas.

Como acabar com os engarrafamentos nos horários de pico?
Com inteligência. Hoje, a gente tem a centralização do setor que emprega. O transporte não é integrado. O que nos falta é uma mentalidade de querer ser melhor.








O que dá para mudar em relação aos ônibus?
Eu farei uma auditoria nas planilhas enviadas pela Piracicabana. O que justifica termos uma das tarifas mais caras do País, sendo que somos de um tamanho pequenininho. Por que pagamos R$ 2,90 se São Paulo, que é muito maior, cobra R$ 3,00? A passagem é mais cara em Santos do que em capitais. Vejo como alternativa o uso do transporte aquaviário, por meio dos rios.

Como tirar os carros das ruas ou fazê-los conviver em harmonia, sem engarrafamentos?
Só melhorando o transporte coletivo poderemos mudar a situação atual. Tem que ser de qualidade, barato e com ônibus suficientes para a pessoa deixar o carro parado em casa e não ficar parado 1 hora no ponto de ônibus.






Como tornar os deslocamentos por Santos mais agradáveis?
É um tema muito fácil. Sou funcionário da Secretaria da Fazenda de São Paulo há 27 anos. Hoje, deixo meu carro na garagem e pego quatro ônibus por dia, pois almoço em casa. Eu vou, volto, vou e volto. Sei que nosso ônibus não é 100% limpo. No governo do PSL, vai voltar a função de cobrador no ônibus.

Dá para fazer isso?
Sim. Vamos mexer nisso pois a saída deste profissional causou um problema de mobilidade urbana. O motorista dirige contando dinheiro, quando não se forma uma fila enorme nos pontos de ônibus. Quantos motoristas não estão afastados por conta de licença médica? É estressante. Vamos mexer nisso.

E a passagem?
Pagamos R$ 2,90 para tudo isso de errado acontecer. Precisamos rediscutir a planilha de custos com a empresa concessionária. É necessário ter um transporte que integre a região.





Como você vê o trânsito de Santos hoje?
Santos é uma cidade que não tem tido crescimento nos últimos anos na quantidade de habitantes. Mesmo assim, o trânsito vem ficando complicado. Agora, pegue as projeções e repare no que pode acontecer. Dizem que o número de habitantes pode dobrar nos próximos anos. Imagina se isso ocorrer!

Pelo que você diz, a situação é tensa. Como mudar o cenário?
A solução é transporte de massa. Vamos bater no interesse da Viação Piracicabana, que comanda o transporte público de Santos. R$ 2,90 como preço de passagem é algo caríssimo. O ideal é cobrar pelo trajeto que você anda. Defendo até a tarifa social. O ideal seria o transporte gratuito. Devemos voltar a falar na metropolização de nossas atividades e projetos. O desenvolvimento de hoje, na verdade, é uma grande armadilha.






Nenhum comentário:

Postar um comentário