terça-feira, 14 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 2ª parte

Declínio e reestruturação

Muitas cidades que teve seu sistema trólebus inaugurado estavam sendo extintos dando lugar a ônibus a diesel e possivelmente trólebus sendo convertido a diesel, como no Rio de Janeiro (1962-1971). Santos também teve uma unidade de trólebus convertida a diesel em 1972, só ficou apenas em protótipo. Em 1976 foi extinto o SMTC e em 15 de outubro de 1976 através do decreto municipal nº 4013, nasce a CSTC (Companhia Santista de Transporte Coletivo) empresa pública de economia mista.


Antigo trólebus convertido em ônibus a diesel, na Ponta da Praia, em
Santos. Foto: Paulo Modé.


Trólebus com a primeira pintura da antiga CSTC, em 1981.
Foto: Desconhecida

Em 1979, nasce uma luz no fim do túnel para as cidades que conseguiram manter seus trólebus como Santos, São Paulo, Araraquara-SP e Recife-PE. O Ministério do Transporte na gestão do último presidente nomeado pelo regime militar João Batista de Oliveira Figueiredo cria a EBTU (Empresa Brasileira de Transporte Urbano) na qual esse programa teve sua finalidade de revitalizar o sistema de transporte nas grandes cidades do Brasil e incluindo o sistema trólebus como reformas em veículos antigo dos anos 1950 e 1960 e aquisição de novas unidades e novas cidades ganharam o sistema trólebus como Ribeirão Preto (1982), Rio Claro (1986) e o sistema intermunicipal da Grande São Paulo (1988) atualmente operado pela Metra e gerenciado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano).
Em Santos chega o primeiro trólebus de fabricação nacional no final de 1979 e entrou em operação comercial em 26 de janeiro de 1980 nos festejos do aniversário de Santos, na gestão do último prefeito nomeado pelo regime militar Paulo Gomes Barbosa. Nesse mesmo ano dos 50 veículos Fiat de 1963 foram baixados 25 exemplares e os restantes foram submetidos à reforma e entregues aos poucos a partir de 1981. O prefixo do trólebus Fiat era da série 500 com sequencias de par em par, exemplo: 502, 504, 506, etc e depois da revitalização pela EBTU foram re-prefixados para série 600 com múltiplos de 5 em 5, exemplo: 600, 605, 610, etc.


Primeiro trólebus de fabricação nacional adquirido pela extinta CSTC com
layout da EBTU com o prefixo 600. Foto: Paulo Modé

Trólebus 502 da antiga SMTC antes da inauguração da CSTC antes da
reforma da EBTU. Anos mais tarde passaria por reforma e na foto abaixo
foi reprefixado para 605. Foto: Barry Blumstain

Primeiro trólebus Fiat já reformado com a pintura padrão EBTU com o
prefixo 605, antes era o 502 na foto acima. Foto: Paulo Modé 

Em 1983 foram adquiridos mais sete trólebus de fabricação nacional da fabricante Marcopolo sobre chassi Scania, tração chopper, carroceria San Remo. Depois disso na gestão do prefeito já eleito pela população desde 1984 Oswaldo Justo foram adquiridos mais 6 unidades de carroceria monobloco Mafersa (Materiais Ferroviários S/A) em 1987 que são os atuais que circulam na única linha existente: a Linha 20 que foi inaugurada em 1988. Nesse período além da aquisição de novas unidades foi feita uma nova reformulação no sistema de trólebus em Santos. Linhas que foram extintas na gestão anterior foram ressurgindo aos poucos como as linhas 40 e 53 que no final dos anos 1970 foram extintas devido às mesmas andarem na contramão da Avenida Floriano Peixoto e em 1985 foram reativadas ganhando nova rede aérea na Rua Euclides da Cunha assim evitando a contramão.


Trólebus de 1983 com chassi Scania, carroceria Marcopolo San Remo.
Foto: Jorge Françozo


Trólebus Mafersa monobloco, ano 1987. Foto: Jorge Françozo.

Depois em 1987 a Linha 4 deixa de trafegar no contra fluxo da Avenida Epitácio Pessoa e passa a trafegar na Avenida Bartolomeu de Gusmão, na orla da praia, assim como aconteceu com as linhas 5 e 8. As Ruas João Pessoa, Silva Jardim tiveram suas mãos de direção alterada em agosto de 1987. Os trólebus que iam para os bairros usavam a Rua João Pessoa e depois da mudança passaram a usar a Rua Amador Bueno e Rua Silva Jardim deixou de ter rede aérea dupla de trólebus. A linha 8 para seguir ao centro teve que ser instalada rede aérea na Rua Campos Melo para alcançar o centro de Santos.
A curiosidade da linha 8 foi várias extensões de itinerários, a começar em novembro de 1967 quando seu ponto final foi estendido da esquina das Ruas Alfaia Rodrigues com a Oswaldo Cochrane para a Rua Conselheiro Lafaiete. Em novembro de 1985 houve novamente a segunda extensão para a Praça Coração de Maria, na Ponta da Praia e finalmente em 1987 para o Ferry-Boat como até hoje, mas operada em micro-ônibus a diesel. Na próxima parte falaremos na série sobre novo declínio de promessa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário