Declínio e reestruturação
Muitas
cidades que teve seu sistema trólebus inaugurado estavam sendo extintos dando
lugar a ônibus a diesel e possivelmente trólebus sendo convertido a diesel,
como no Rio de Janeiro (1962-1971). Santos também teve uma unidade de trólebus
convertida a diesel em 1972, só ficou apenas em protótipo. Em 1976 foi extinto
o SMTC e em 15 de outubro de 1976 através do decreto municipal nº 4013, nasce a
CSTC (Companhia Santista de Transporte Coletivo) empresa pública de economia
mista.
Antigo trólebus convertido em ônibus a diesel, na Ponta da Praia, em
Santos. Foto: Paulo Modé.
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Trólebus com a primeira pintura da antiga CSTC, em 1981.
Foto: Desconhecida
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Em
1979, nasce uma luz no fim do túnel para as cidades que conseguiram manter seus
trólebus como Santos, São Paulo, Araraquara-SP e Recife-PE. O Ministério do
Transporte na gestão do último presidente nomeado pelo regime militar João
Batista de Oliveira Figueiredo cria a EBTU (Empresa Brasileira de Transporte
Urbano) na qual esse programa teve sua finalidade de revitalizar o sistema de
transporte nas grandes cidades do Brasil e incluindo o sistema trólebus como
reformas em veículos antigo dos anos 1950 e 1960 e aquisição de novas unidades
e novas cidades ganharam o sistema trólebus como Ribeirão Preto (1982), Rio
Claro (1986) e o sistema intermunicipal da Grande São Paulo (1988) atualmente
operado pela Metra e gerenciado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte
Urbano).
Em
Santos chega o primeiro trólebus de fabricação nacional no final de 1979 e
entrou em operação comercial em 26 de janeiro de 1980 nos festejos do
aniversário de Santos, na gestão do último prefeito nomeado pelo regime militar
Paulo Gomes Barbosa. Nesse mesmo ano dos 50 veículos Fiat de 1963 foram
baixados 25 exemplares e os restantes foram submetidos à reforma e entregues
aos poucos a partir de 1981. O prefixo do trólebus Fiat era da série 500 com
sequencias de par em par, exemplo: 502, 504, 506, etc e depois da revitalização
pela EBTU foram re-prefixados para série 600 com múltiplos de 5 em 5, exemplo:
600, 605, 610, etc.
Primeiro trólebus de fabricação nacional adquirido pela extinta CSTC com
layout da EBTU com o prefixo 600. Foto: Paulo Modé
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Trólebus 502 da antiga SMTC antes da inauguração da CSTC antes da
reforma da EBTU. Anos mais tarde passaria por reforma e na foto abaixo
foi reprefixado para 605. Foto: Barry Blumstain
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Primeiro trólebus Fiat já reformado com a pintura padrão EBTU com o
prefixo 605, antes era o 502 na foto acima. Foto: Paulo Modé
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Em
1983 foram adquiridos mais sete trólebus de fabricação nacional da fabricante
Marcopolo sobre chassi Scania, tração chopper, carroceria San Remo. Depois
disso na gestão do prefeito já eleito pela população desde 1984 Oswaldo Justo
foram adquiridos mais 6 unidades de carroceria monobloco Mafersa (Materiais
Ferroviários S/A) em 1987 que são os atuais que circulam na única linha
existente: a Linha 20 que foi inaugurada em 1988. Nesse período além da aquisição
de novas unidades foi feita uma nova reformulação no sistema de trólebus em
Santos. Linhas que foram extintas na gestão anterior foram ressurgindo aos
poucos como as linhas 40 e 53 que no final dos anos 1970 foram extintas devido
às mesmas andarem na contramão da Avenida Floriano Peixoto e em 1985 foram
reativadas ganhando nova rede aérea na Rua Euclides da Cunha assim evitando a
contramão.
Trólebus de 1983 com chassi Scania, carroceria Marcopolo San Remo.
Foto: Jorge Françozo
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Depois em 1987 a Linha 4 deixa de trafegar no contra fluxo da Avenida Epitácio Pessoa e passa a trafegar na Avenida Bartolomeu de Gusmão, na orla da praia, assim como aconteceu com as linhas 5 e 8. As Ruas João Pessoa, Silva Jardim tiveram suas mãos de direção alterada em agosto de 1987. Os trólebus que iam para os bairros usavam a Rua João Pessoa e depois da mudança passaram a usar a Rua Amador Bueno e Rua Silva Jardim deixou de ter rede aérea dupla de trólebus. A linha 8 para seguir ao centro teve que ser instalada rede aérea na Rua Campos Melo para alcançar o centro de Santos.
A
curiosidade da linha 8 foi várias extensões de itinerários, a começar em
novembro de 1967 quando seu ponto final foi estendido da esquina das Ruas
Alfaia Rodrigues com a Oswaldo Cochrane para a Rua Conselheiro Lafaiete. Em
novembro de 1985 houve novamente a segunda extensão para a Praça Coração de
Maria, na Ponta da Praia e finalmente em 1987 para o Ferry-Boat como até hoje,
mas operada em micro-ônibus a diesel. Na próxima parte falaremos na série sobre
novo declínio de promessa.
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