segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 1ª parte

A história


A partir de hoje o Blog Conscientização fará uma série de matérias falando sobre o retrato da atual situação e história do sistema trólebus da cidade de Santos, no litoral de São Paulo. Inaugurado em uma segunda-feira no dia 12 de agosto de 1963, às 10 horas da manhã a primeira linha de trólebus, a Linha 5 que ligava o Centro de Santos ao Macuco, a uma passagem de Cr$ 40,00 naquela época. Ônibus elétrico, confortável, moderno e sem nenhum ruído, o trólebus chegou como novidade na tecnologia daquela época e também para contribuir com o meio ambiente na qual não emite nenhuma partícula nociva para a saúde humana. Esses veículos eram bem aguardados pela população.


Chegada dos 5 primeiros trólebus sendo descarregados no armazém 15
do Porto de Santos pelo guindaste Sansão. Foto: Novo Milênio


Rua Martim Afonso em frente ao Centro Português lotada no dia da
solenidade de inauguração do trólebus. Foto: Waldir Rueda.


Foram importadas 50 unidades da marca Fiat Alfa Romeo, com tração eletrônica Cames Marelli com carroceria Pistoiese, modelos idênticos ao sistema de Salvador (1959) e Rio de Janeiro (1962). Antes desse dia voltando para 1955 foi aberta uma licitação pública pelo SMTC (Serviço Municipal de Transporte Coletivo) para a aquisição de 50 trólebus e mais 5 subestações retificadoras para fornecimento de energia elétrica para alimentar a rede de trólebus. As unidade importadas chegou ao Porto de Santos em 6 de junho de 1963 vindo de cinco em cinco unidades e os mesmos ficaram retidos na alfândega devido ao desembaraço aduaneiro até a sua inauguração na data citada no começo do texto.
Anos mais tarde o sistema trólebus foi ganhando espaço nas ruas de Santos com inauguração de novas linhas e a partir de 1966 os tradicionais bondes foram perdendo espaço para os trólebus que chegaram naquela época com força total. Em 1967 com a reformulação da Avenida Conselheiro Nébias, foi deixando de existir os bondes e dando lugar aos trólebus nos quais naquele ano foram inauguradas 4 linhas: 4, 40, 44 e 45. Era a avenida que mais tinha linha de trólebus naquele período. Logo depois começaram a reforçar o transporte municipal os ônibus a diesel e parou de expandir o trólebus.
O fim dos bondes aconteceu em 28 de fevereiro de 1971 com a extinção da Linha 42 e logo após em 1973 os bondes foram destruídos a marretadas. Nada poderia se opor a destruição desses bondes devido ao período de censuras por causa da ditadura militar, tempos de repressão e medo. Na próxima parte falaremos na série sobre o declínio de reestruturação.

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