quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Trólebus de Santos: 49 anos de sobrevivência. Qual será seu futuro? 3ª parte

Novo declínio e promessa


Em setembro de 1993 vem um novo declínio para o sistema trólebus em Santos. As linhas 5, 8, 40 e 53 passam operar em ônibus a diesel devido ao possível sucateamento e falta de manutenção nos trólebus. Em 1996 foi a vez da linha 4 a deixar de ser operada em trólebus, restando somente a Linha 20. Neste mesmo ano a Prefeitura de Santos realizou um leilão na qual foram leiloados veículos e rede aérea e depois foi arrematado por um ferro velho de São Vicente, no litoral de São Paulo.


Trólebus desativados na garagem da antiga CSTC no Jabaquara, em Santos. Atualmente é a base 2 da
Viação Piracicabana. Foto: Trólebus Brasileiro.

Em 1998 com a chegada da Viação Piracicabana na gestão do ex-prefeito e candidato a prefeito de Santos Beto Mansur (1997-2004) ficou editado em contrato uma possível expansão do sistema de trólebus com a aquisição de 15 unidades para as Linhas 4 e 20. Até hoje nunca foi cumprido esse contrato. Só foi adquirido 7 trólebus remanescente da CSTC. Na época ao invés de cumprir com 15 trólebus, foram colocados 15 ônibus a diesel com piso baixo central da série ouro com comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. Em 2003 foi baixado um trólebus do prefixo 5301, o antigo 600 da CSTC e nenhum foi reposto em seu lugar.
Atualmente circulam 6 trólebus adquiridos no final dos anos 1980. Por enquanto nada no processo de renovação. Conforme a Lei do Acesso Livre a Informação o Conscientização teve acesso a algumas cláusulas do contrato da CET-Santos com a Viação Piracicabana na qual a obrigatoriedade da operação no sistema de trólebus ainda existe até o final de sua vigência, possivelmente em 2013. Conforme notícia veiculada no jornal A Tribuna o contrato da Viação Piracicabana com o sistema municipal se encerra em março de 2014.


Trólebus 5305 da Viação Piracicabana que pertenceu a CSTC.


Em 2006 o historiador Waldir Rueda entra com um processo na Promotoria Pública do Meio Ambiente pedindo o tombamento do complexo trólebus, mas o Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos) arquivou o caso, mas três anos mais tarde ocorreu um incêndio em um trólebus na Avenida Ana Costa, depois desse fato a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente pediu o desarquivamento do processo e instaurou um inquérito civil sobre a possibilidade do tombamento do "complexo trólebus”. 
          Em relação aos exemplares do trólebus Fiat da década de 1960 existe apenas dois: um está em Conchal Paulista, no interior de São Paulo, e o outro está em precário estado de conservação nas dependências da garagem da CET na Vila Mathias. Na próxima parte falaremos na série sobre a importância desses veículos para a história de Santos.

Um comentário:

  1. Pais sem História e sem vontade de manter as coisas que funcionam...Saudades desse tempo.

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